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02 Feb 2015

Spcine é inaugurada e lança primeiros editais

03h37

Após longo processo burocrático de constituição, a Spcine, empresa de cinema paulista, gestada dentro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, em 2014, foi inaugurada ontem, 28/01, na Praça das Artes, com a presença do prefeito de São Paulo Fernando Haddad, do ministro da Cultura Juca Ferreira, do presidente da Ancine Manoel Rangel, do secretário do Estado da Cultura Marcelo Araújo, do secretário municipal de Cultura interino Guilherme Varella, do secretário municipal Nabil Bonduki e do presidente da Spcine Alfredo Manevy.

A empresa, que já estava funcionando em modelo pré-operacional, lançou os primeiros editais, em seis linhas de desenvolvimento, para produção de filmes de pequeno e médio porte e de alta perfomance, com investimento de R$ 12 milhões, para distribuição de filmes de pequeno e médio porte e de alta perfomance, com o aporte de R$ 6 milhões, e R$ 2 milhões serão investidos em pilotos de séries para TV. As inscrições serão abertas a partir de março.

No total, serão disponibilizados R$ 20 milhões, em parceria com o Fundo Setorial do Audiovisual. Os projetos premiados em 2014, dentro dos editais de transição, devem ser incorporados à empresa, depois de passarem por procedimentos jurídicos na entrega.

Novos editais em parceria com a ANCINE com foco em Televisão e Games estão sendo elaborados. O montante total investido nesta segunda etapa será de R$ 10 milhões.

Formação da empresa

A entrada da Spcine no cenário brasileiro tem como objetivo incrementar o audiovisual paulista e alavancá-lo no mercado. A primeira medida da empresa, ao longo de 2014, foi fazer um amplo mapeamento com as produtoras e os profissionais da área. Foram levantadas 509 empresas, sendo que, no universo dos games, São Paulo responde por 54 das 148 empresas brasileiras. Entre 2000 e 2013, São Paulo respondeu por 34% dos filmes brasileiros, frente a 37% do Rio de Janeiro, o maior produtor do país. Quanto à captação, o Estado conseguiu 45%, contra 50% do Rio. Porém, em termos de ocupação de mercado (bilheteria e público), São Paulo tem perdido feio. São apenas 19% do total, frente a 78% do Rio. Entre as principais diretrizes da empresa está reverter essa situação. Há também desafios qualitativos propostos: o aprimoramento da dramaturgia, o desenvolvimento entrosado com comercialização e o desenvolvimento equilibrado da produção autoral e comercial.

Nessa seara, a ideia é permitir maior investimento entre as esferas municipal, estadual e federal, bem como com o setor privado. “A empresa deverá avançar no desenvolvimento de mecanismos de indução e aceleração do setor focando em inteligência e investimento estratégico, principalmente, em participações e exploração de marcas próprias”, aponta Renato Nery, coordenador de cinema da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e um dos mais importantes colaboradores de Manevy na constituição da empresa.

Diretor Executivo de Inovação, Criatividade e Acesso da Spcine, Renato Nery. © Maíra Gamarra

A Spcine visa a trabalhar com as diferentes frentes do audiovisual, como o cinema, a televisão, a internet, o VOD, os serviços de streaming e os games, pensando em plataformas transmídias, contemplando filmes, séries, jogos, entre outros. Não só na produção, como também na formação, no desenvolvimento dos projetos, na distribuição e na exibição. São três grandes diretrizes estratégicas usadas para alcançar seus objetivos: desenvolvimento econômico (distribuição e come rcialização; desenvolvimento e produção de conteúdo; meios de produção de conteúdo; pesquisa de mercado); inovação, formação e acesso (empreendedorismo; formação profissional; circuitos de exibição; eventos setoriais); e integração e internacionalização (film comission; programa de exportação e internacionalização).

Diferentes linhas de atuação

“A formação será outro tema de muito trabalho para o primeiro semestre de 2015. Com o PRONATEC Audiovisual, esperamos criar ambiente favorável para a demanda e oferta de pelo menos três mil vagas neste primeiro ano – uma meta 2,5 vezes maior que a de 2014, que fechou em 1.150 vagas – e gerar, por meio dos mapeamentos de demanda e proposta de oferta, um caderno de recomendações para atualização do Guia Fic, guia de cursos do programa”, afirma Nery.

O Circuito SP de Cinemas será outro tema com bastante foco em 2015, principalmente, no que diz respeito ao projeto de implantação que responderá a diversos desafios impostos pela situação atual das salas. “Um projeto inovador está sendo desenhado como foco na diversidade e qualidade da programação, qualidade técnica e leveza de gestão”, pontua.

Uma das principais reivindicações do setor tem sido a desburocratização do processo e a facilitação das filmagens na cidade de São Paulo. A ideia, segundo Nery, é que isso já entre em voga em 2015 também. “Devemos implantar um sistema desburocratizado para os editais. Contaremos com avanços na metodologia de inscrição e apresentação das propostas, critérios de seleção claros e automáticos, possibilidade de suplementação através do modelo de fluxo contínuo e também modelo mais simplificado e acertivo de prestação de contas. Para a Film Commission, estamos em fase final de desenho do escopo de atuação e serviço dela, que contará com procedimentos mais claros, informatizados e centralizados. Uma versão beta do serviço deverá sair até a metade de 2015”, conclui.


Por Gabriel Carneiro

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